34° Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2023: gestão de emissões de gases de efeito estufa é debatida em mesa redonda 

Sabesp, Sanepar e Copasa apresentaram seus inventários de emissão de gases de efeito estufa (IGEE) e seus desafios alinhados à agenda brasileira em busca da universalização do acesso aos serviços de água e esgoto até 2033.
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A primeira mesa redonda do 34º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2023 debateu nesta terça-feira, 3 de outubro, o tema “Gestão de Emissões de Gases de Efeito Estufa – Desafios para o Setor de Saneamento”. Moderada por Oswaldo Lucon, assessor em Mudanças Climáticas da Secretaria de Energia, Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo – SEMIL, a mesa teve palestras de Ana Lúcia Szajubol, gerente do Departamento de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da Superintendência de Sustentabilidade e Governança Corporativa da Sabesp, Pedro Luís Franco Prado, gerente de Planejamento e Desenvolvimento Ambiental da Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar, e Nelson Cunha Guimarães, superintendente de Desenvolvimento Ambiental da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa.

O maior evento de saneamento e meio ambiente da América Latina é uma realização da Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp e nesta edição tem como central “Saneamento Ambiental na Globalização do Desenvolvimento Sustentável”.

Durante a mesa, Sabesp, Sanepar e Copasa apresentaram seus inventários IGEE e os indicadores, ações e projetos de seus respectivos estados para alcançar a universalização dos serviços de saneamento, ao mesmo tempo em que investem para reduzir e mitigar os efeitos da emissão dos gases, inerente a atividade de saneamento, onde o metano, gerado pelos efluentes, é o mais representativo.

A seguir o tema foi debatido pelos palestrantes e o moderador, com perguntas da plateia. Ficou demonstrado no debate que o desafio comum às empresas do setor é justamente conseguir universalizar o acesso aos serviços até o ano de 2033, como prevê o Novo Marco Legal do Saneamento Básico — garantindo que 99% da população do país tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e coleta de esgoto –, e, ao mesmo tempo, mitigar as emissões de gases. Isto porque o aumento no consumo também aumenta a emissão dos gases. 

Foi consenso que é necessária uma regulamentação nacional, visto que algumas soluções, especialmente em geração de energia, são complexas. É preciso avaliar o porte e buscar alternativas sustentáveis tanto ecologicamente como economicamente.

As três empresas, em diferentes contextos e estágios, têm projetos e ações de transformação dos gases metano em geração de energia para uso nas próprias atividades e em biogás para as frotas de veículos, entre outros.

Para Lucon, que fez a moderação, o debate foi muito positivo, especialmente pelo fato dos debatedores não se limitarem a mostrar os números dos inventários, mas também por abordarem o que virá depois. 

“Tanto numérica como metodologicamente, os palestrantes demonstraram como se olha para o futuro, tendo um desafio maluco de zerar o número de emissões. Uma coisa importante deste evento foi pensar fora da caixa e harmonizar as tecnologias para que todos pensem fora da caixa e na mesma direção, não apenas reagindo a legislação. Zerar as emissões é algo muito difícil, mas à medida que se torna uma aspiração do setor, as coisas deixam de ser reativas e passam a ser proativas. É preciso padronizar não apenas os inventários, mas especialmente  a visão de futuro. A visão do passado já está padronizada e tem suas metodologias. O ganho agora é fazer modelagens para o futuro, que norteiem investimentos e necessidades e suplantem as lacunas por meio das aquisições de créditos de carbono, se for este o caso. Assim vamos conseguir, de fato, discutir metas de saneamento sem ficar à margem das discussões do clima e sem reagir contra a legislação do clima. A proatividade é o termo que melhor define este debate”, analisou o moderador

Segundo o palestrante Pedro Luís Prado, o debate foi importante e profícuo. “Hoje se fala em mudanças climáticas e o papel de cada organização na redução das suas emissões, assim como do setor de saneamento, têm de estar engajados. As três empresas aqui demonstraram que têm um programa definido, e que têm ações definidas. Chegamos a um nível de maturidade com grandes desafios para o setor. É importante externar isso para as demais empresas de saneamento e para o setor como um todo, para que o saneamento ambiental possa também fazer parte do debate e chegar a uma regulamentação do mercado de carbono, com incentivos a ações de redução e de mitigação, em linha com as mudanças climáticas”, avaliou o gerente de Planejamento e Desenvolvimento Ambiental da Sanepar.

A coordenação do debate ficou por conta do diretor-técnico da AESAN (Associação dos Especialistas em Saneamento), Rubens Marques de Oliveira. A presidente da AESAN, Alzira Garcia, fez o encerramento, destacando a assinatura de acordo com o grupo Solví, de Caieiras, para créditos de carbono que compensarão as emissões do evento Fenasan em 2023.

Para mais informações sobre esta edição do 34º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2023, que acontece integrada à Waste Expo Brasil, feira de resíduos sólidos, até quinta-feira (5), acesse fenasan.com.br.