O Dia da Amazônia, celebrado nesta terça-feira, 5 de setembro, acontece no ano de 2023 junto a um cenário preocupante e de destruição. É o que alerta o relatório “Parâmetros e Ações Estratégicas para o Desenvolvimento Territorial Sustentável da Região Amazônica”, publicação recém-lançada pela ONG Agenda Pública e pela Plataforma Parceiros pela Amazônia. Modelos antiquados, problemas de governança e capacidades institucionais frágeis nos municípios têm resultado em destruição ambiental e em desigualdades sociais.
“Há um descompasso existente entre as iniciativas locais inovadoras que buscam promover a sustentabilidade e a inclusão na Amazônia e o padrão predominante de desenvolvimento que resulta em destruição ambiental e desigualdades sociais. Esse desequilíbrio tem levado a um cenário preocupante, com altas taxas de desmatamento e perda de biodiversidade. É fundamental ajustar as estratégias econômicas na região e amplificar o impacto das iniciativas inovadoras, além de traduzir os seus aprendizados em políticas públicas eficazes”, defende Sergio Andrade, cientista político e diretor da Agenda Pública.
A organização é responsável hoje pela plataforma Transição Justa, que apoia governos locais, agentes econômicos e trabalhadores na construção de políticas públicas de desenvolvimento econômico para a transição ecológica. O especialista relata que a expectativa, em meio ao trabalho que é exercido na região, é de que as iniciativas inovadoras resultem em um desenvolvimento territorial a longo prazo.
A transformação pela qual a região necessita passar deveria ser orientada pela promoção do bem-estar e da prosperidade local. “O relatório detectou cinco pontos principais com relação ao desenvolvimento da Amazônia: há numerosas experiências locais, porém insuficientemente fortes para competir com o modelo de desenvolvimento predominante; há uma necessidade de combinar ações internas e externas para superar bloqueios estruturais no desenvolvimento territorial; são várias as dificuldades enfrentadas pelas iniciativas locais, incluindo isolamento, caráter unidimensional (sem visão sistêmica de impactos), falta de escalabilidade e falta de coordenação; há uma total dependência de recursos externos para financiar iniciativas inovadoras; e há uma grave falta de coordenação entre investimentos público e privado”, avalia.
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