O estudo “Arquitetura da Experiência”, realizado pela consultoria de tendências Spark:off, a pedido da Dexco, evidencia que, na realidade contemporânea, possuir uma casa que agregue as necessidades e desejos dos moradores se tornou um desafio. A moradia considerada ideal precisa combinar o espaço de relaxamento e privacidade com algo que também ofereça bem-estar e alegria em momento de interação com outras pessoas.
Conduzida entre fevereiro e maio de 2024, a pesquisa contou com 1.045 participantes em todo o território nacional, como uma continuidade do estudo feito em 2023 sobre o Futuro do Morar. A iniciativa da empresa visa, sobretudo, entender como os brasileiros estão vendo as mudanças em torno das moradias em uma escala que apresenta desde situações que já são reais àquelas que estão bem longe de acontecer.
Segundo a pesquisa, o ponto central deste fenômeno é o metamodernismo, conceito que tem guiado os anseios e a realidade dos indivíduos. Na atualidade, tudo acontece ao mesmo tempo e os desafios pessoais e globais das últimas décadas têm sido fatores determinantes para as pessoas repensarem seus comportamentos, abandonando ideias binárias e incorporando as contradições como pessoas, comunidades, instituições e negócios para buscar soluções reais para os desafios do dia a dia.
Os resultados mostram que para 57% dos brasileiros um ambiente flexível que tenha tanto espaços de convivência, quanto espaços de privacidade e introspecção é a definição de casa ideal. O conforto do lar é um atributo que deve estar presente nos dois tipos de ambientes, desde os objetos de decoração até as cores e texturas dos revestimentos. Para 41% é importante ter conforto nos ambientes privativos e para 36% nos ambientes de convivência.
Com isso em mente, o “Arquitetura da Experiência” apresenta três pilares: a experiência do indivíduo, da comunidade e do planeta, e quatro macro tendências: Fluid Lives (novo conceito do sucesso), Life Centric (casas do amanhã já existem hoje), a Revolução da comunidade (cidades inclusivas) e o Beyond Human (IA é o sétimo sentido).
Em resposta a esse cenário, surge um movimento de fluidez que tem impulsionado a forma de morar, trabalhar, desfrutar do lazer, se relacionar e até compreender as nossas identidades. Há, também, uma alta procura de lares moduláveis, uma clara bifurcação comportamental do trabalho híbrido. Esta busca por soluções que atendam a necessidades práticas e sensoriais ao mesmo tempo é chamado de poetização do cotidiano pelo estudo.
Segundo a especialista ouvida pelo estudo, Tatiana Fukamati, o metamodernismo busca a vida fluida e se ancora na neuroarquitetura para trazer melhores soluções, que proporcionem estímulos positivos ao cérebro.
Nesse contexto, a arquitetura passa a ser vista como uma resposta à necessidade contínua de reinvenção de um lar.
A consciência ambiental é outro fator determinante para o avanço deste fenômeno. Frente às mudanças climáticas, a pesquisa destaca a preocupação dos consumidores para os impactos que a nova realidade da ebulição global terá no cotidiano, algo que tem impulsionado a mudança de comportamento em uma direção mais sustentável.
Além disso, de acordo com o estudo, o mundo está mais intergeracional em função dessas mudanças comportamentais. A população idosa já é maior do que o total de crianças e os marcos tradicionais de idade para casamento, casa própria, filhos e netos fazem menos sentido na realidade contemporânea. Isso implica diretamente na necessidade de possuir casas adaptáveis, preparadas para o bem envelhecer com pisos antiderrapantes, barras de segurança, assento sanitário, e segurança nas escadarias.