Inovação e inspiração: estudante de Engenharia no Pará cria material à base de caroço de açaí para construção civil

O projeto, que beneficiará 65% da população de Moju – a 120 km de Belém, terá sua primeira casa física exposta no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
Divulgacao - Francielly (1)

A estudante Francielly Rodrigues Barbosa, de 20 anos, natural de Moju, região localizada a 120 quilômetros de Belém, no Pará, é uma inspiração para os jovens brasileiros. A jovem cientista é aluna do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Pará (UFPA) e já conquistou 10 diferentes prêmios FEBRACE (Feira Brasileira de Ciência e Engenharia), entre publicações de artigos e credenciais para participação em outros eventos. Entre eles, o convite para conhecer o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e a Universidade Harvard, em Boston. Agora, Francielly desenvolveu uma massa, com base no caroço de açaí que era jogado no lixo, para a fabricação de tijolos usados na construção de casas.

A iniciativa foi uma das premiadas no 4º Prêmio de Design Instituto Tomie Ohtake Leroy Merlin, dentro do projeto Módulo de Acolhimento Amazônico, que foi desenvolvido durante a pandemia (em meio ao isolamento social imposto pela covid-19), sendo um espaço expositivo arejado e confortável. A primeira Casa de Açaí física será construída no Tomie Ohtake para a exposição.

Como nasceu a ideia

A partir de uma experiência inusitada, surgiu a ideia de pesquisar um material que fosse barato e sustentável para a produção de tijolos. Francielly foi à casa de um professor que reclamava que o piso do imóvel sempre afundava e deixava o local com mau cheiro. Desde então, ela começou a pesquisar uma maneira de carbonizar o caroço do açaí e misturá-lo com argila para garantir uma massa crua que pudesse virar tijolo e sustentar a base das casas. Essa descoberta vai ajudar 65% da população de Moju, que vivem o mesmo problema.

Casa de Açaí

Após a visibilidade e o sucesso, o projeto chamou atenção da arquiteta Beatriz Cintra, que fundou, junto com a professora de Francielly, Dannielle Siqueira, mestra em Educação em Ciências do Clube de Ciências de Moju (CCIM), a iniciativa “Casa de Açaí”, que se tornou um braço da Casa de Ciência da Moju. O CCIM é uma ONG que contribui com o ensino de Ciências para a formação de professores e pesquisa experimental de jovens. Foi lá que Francielly iniciou a pesquisa que mudaria sua.

Fonte: Um Só Planeta