Quando se fala de Princípios ESG no setor de Saneamento é inevitável constatar que ele já traz, em sua matriz de atuação, a vocação para tratar dos temas de meio ambiente e sociedade e, em complemento a esse contexto, o foco adicional está em trabalhar suas áreas de eficiência técnica, eficácia social e governança. Com essa observação, Ester Feche, diretora da Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp) e gestora da Diretoria ESG da Associação, informa que os integrantes da nova gestão, que assumiu em 2022, delineou suas linhas de ação no sentido de contribuir para a evolução desse processo no setor de saneamento, entre eles foi transformar as Diretorias Socioambiental e Cultural em Diretoria ESG.
Essa linha de atuação, de acordo com Ester, trouxe para a Diretoria ESG maior empenho na parte de Governança, o G do ESG. “Entendemos a importância de contextualizar esse tema para as atividades da AESabesp, como forma de contribuir com os profissionais do setor e parceiros, representados pelas empresas de saneamento, prestadores de serviços públicos e fornecedores e, também, como objetivo de trazer a cultura de sustentabilidade com mais ênfase para toda a sociedade”, ressalta a executiva.
Ester Feche conta que na gestão anterior, já visando abranger a temática ESG, a AESabesp trabalhou na organização do Relatório dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as metas que compõem o Prêmio Paulista de Qualidade e Gestão (PPQG), com o prêmio no Primeiro Nível. “Para atender essas iniciativas, reorganizamos os objetivos da Diretoria este ano, na primeira reunião do colegiado da AESabesp, por isso estamos fazendo uma mudança de estatuto para consolidar a criação do Comitê ESG com representantes de cada uma das diretorias”, explica.
Com base nessa nova estrutura, a diretora informa que todas as atividades da Associação dos Engenheiros são desenvolvidas tendo como diretriz as metas dos ODS e também de atender os princípios de Meio Ambiente, Sociedade e Governança. “O Comitê ESG da AESabesp iniciou suas atividades na primeira semana de fevereiro de 2022 e, a partir daí, estão sendo organizadas as atividades das diretorias com finalidades de metas socioambientais, que incluem as ações para a realização da Fenasan 2022, além da participação das Diretorias Técnicas, Inovação, Marketing e Social. O objetivo é trazer a cultura ESG para o corpo diretivo, para os técnicos, associados, parceiros e fornecedores do setor de saneamento”, detalha.
Entre as ações da Diretoria ESG, Ester informa que estão sendo desenvolvidos estudos e publicações específicas sobre o tema. “Estamos lançando, por exemplo, o Caderno ESG para mostrar as práticas do setor e como o tema está sendo visto e conduzido pelos seus players, quais experiências estão em andamento para disseminar as práticas de benchmarking e gerência em torno dos Princípios ESG”, informa.
Com essa abordagem ESG, ela conta que também está sendo trabalhada uma pauta no Museu Água, que faz todo o acompanhamento dos projetos no contexto de adequação, restauros museológico e museográfico, entre outros, utilizando os recursos de patrocínio pela Lei Rouanet. Para gerenciar os trabalhos, Ester informa que a Diretoria ESG faz uma gestão semanal das atividades em vista da grandiosidade do projeto e seus impactos sociais. “Temos atuado com bastante rigor no acompanhamento das atividades dos produtos, das entregas e dos valores que envolvem o Museu Água”, destaca Ester.
Integração ESG: momento favorável
As ramificações do tema ESG exigem um trabalho alinhado com todos os objetivos propostos pela AESabesp nesta nova gestão, por isso, a diretora informa que na parte da Governança já está em andamento a coordenadoria de Assuntos Institucionais, que envolvem a sugestão desse tema dentro dos prêmios, como é o caso do PPQG. “Também estamos propondo o uso das métricas do ESG para debates com empresas privadas e parceiras da AESabesp no 33º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2022, que acontece de 13 a 15 de setembro, em São Paulo, no sentido de que elas possam trazer suas experiências para conhecimento do grupo e pensando na sua replicabilidade no setor como um todo”, ressalta..
Na agenda de atividades da Diretoria ESG, diante do volume de trabalhos que o tema tem despertado, as ações estão sendo encaminhadas dentro do contexto de meio ambiente, sociedade e governança, mas construindo a integração desses temas com a área financeira da entidade. “Estamos pensando no ESG como algo que vá agregar valor. E isso condiz com a atuação da AESabesp em prol das melhorias de eficiência técnica e eficácia social no setor, bem como nas atividades e desenvolvimento profissional. Por essa razão estamos atuando em parcerias com outros setores para conhecer o que eles estão usando e buscando referências que determinam diferenciais para atuação, uma vez que a vocação do nosso setor já é socioambiental, mas que melhore, cada vez mais, a sua governança e que também demonstre evolução na questão de investimentos e créditos para os temas de universalização do saneamento”, explica Ester Feche.
A executiva avalia que o momento é favorável para as ações em prol do ESG. “Nossos projetos estão sendo encaminhados dentro dos principais pontos de como o ESG pode ser realmente uma diretriz para a nossa melhoria contínua, mas com instrumentos que tragam resultados e não seja apenas um relatório que exiba as práticas já realizadas dentro do setor. Nesse sentido, temos trabalhado com ferramentas ágeis, planejamento estratégico, com metas e objetivos bem definidos para esse período 2022-2024, que serão divulgadas no futuro. Logo essas métricas estarão acessíveis para os nossos associados, assim como para as empresas que fazem habilitação e certificação para os profissionais do setor. Esses resultados serão apresentados ao longo do ano dentro das atividades da AESabesp”, conclui Ester Feche.