Como todos hoje em dia já devem estar um pouco mais familiarizados, o significado do acrônimo ESG, que vem do inglês Environmental, Social and Governance e que significa em português Ambiental, Social e Governança, também está relacionado aos 17 objetivos de sustentabilidade das Nações Unidas, adotados desde setembro de 2015, focado em ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida de nosso planeta também sob vários outros aspectos.
Mas o que quero destacar neste texto para os meus leitores é a possibilidade de também refletir um pouco sobre outros aspectos significativos desse conceito, muitos dos quais vão além das tratativas relacionadas à sustentabilidade empresarial, mas, e principalmente, aos aspectos relacionados a um dos stakeholders (“partes interessadas”) mais importantes de uma empresa de saneamento brasileira; neste caso, a sociedade, por meio da sua cultura organizacional.
Temos, frequentemente, observado nas mídias especializadas o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros no setor de saneamento brasileiro, sempre destacando que a possibilidade de maiores e mais “interessantes” aportes de recursos em nossas empresas se dará também em função de mais e melhores indicadores de sustentabilidade destas empresas, o que de certa forma se comprova com relativa facilidade por meio dos mais diversos “relatórios” e comprovações anualmente colocados à disposição da sociedade e do mercado financeiro.
Estas informações, relacionadas às melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa claramente irão ajudar a alavancar os tão necessários investimentos nas grandes empresas. Mas a dúvida atual é como isto poderá ajudar aqueles que têm menor porte, muitas vezes pequenos serviços autônomos e autarquias municipais, que também são “operadores” em milhares de municípios brasileiros.
Acreditamos que para tais empresas o caminho mais curto seja por meio da valorização de suas lideranças e de seus colaboradores, os quais, por muitos anos, já conseguiram moldar em suas cidades uma cultura de valorização de seus insumos de trabalho, seja por meio da preservação de seus mananciais, onde captam água e despejam esgoto tratado, seja por suas interações junto à sociedade, que se entrelaça com sua própria relação funcionário x cliente x cidadão, e de não menor importância através de uma atuação responsável junto ao chamado Poder Concedente (prefeituras municipais) e seus “atores” no dia a dia.
Também vale destacar, e desta forma também se aplica aos pequenos municípios operados pelas chamadas “grandes” empresas brasileiras de saneamento, o importante papel de suas lideranças e colaboradores locais para que a materialização dos resultados decorrentes da aplicação destas importantes práticas citadas no início possam possibilitar a longevidade dos chamados “bons resultados” de suas atividades, bem como a perenidade de um bom relacionamento institucional e pessoal entre aqueles que coabitam estes pequenos municípios.
Sempre procuramos lembrar o importante destaque que merece a atuação das chamadas lideranças locais, as quais, junto com suas equipes, devem construir e manter adequadas relações sociais, pois delas poderão derivar o melhor cumprimento de suas obrigações técnicas e operacionais relacionadas ao meio ambiente e às suas responsabilidades sociais, por meio de sua relação com os chamados “clientes”, poderes constituídos, lideranças políticas, institucionais e, por que não destacar, legais e sociais.
Finalmente, para destacar a necessidade permanente de ações e atitudes transparentes e sinceras nestes relacionamentos, pois só assim serão edificados verdadeiros alicerces de sucesso em suas atividades empresariais, conduzindo-as à verdadeira sustentabilidade, ainda que sejam em tempos de cenários de riscos e transformações permanentes.