O ambiente de trabalho atual no setor de saneamento que já vinha se destacando nos últimos anos pelo aumento dos processos digitais, possibilitando as companhias repensar seus processos corporativos e se adaptarem ao chamado “novo normal”. Responder de forma proativa aos novos desafios e manter vantagens já conquistadas por meio de iniciativas tecnológicas será um grande desafio.
Para apoiar as companhias de saneamento a implementarem as adaptações e transformações tão necessárias em seus processos de trabalho cada vez mais serão necessárias “ferramentas” que orientem suas decisões empresariais sem deixar de lado o chamado “novo normal” que se avizinha após o término da Pandemia do COVID 19.
Desta forma, neste texto, vamos procurar destacar algumas destas transformações nos ambientes internos dentro desta nova realidade de quase dezoito meses após o início da Pandemia COVID 19, a relevância de se efetuar adequações de acordo com esta nova realidade que a cada dia ganha maior destaque. Neste aspecto a relevância da adoção por longos períodos do teletrabalho ou trabalho à distância, também conhecido como home office, teve como objetivo principal reduzir o contágio dos colaboradores pelo coronavírus, protegendo-os da melhor forma possível e de acordo com as orientações dos serviços de saúde pública de todo o país.
Todavia, vale lembrar, que o teletrabalho não é exatamente uma “novidade” no mundo corporativo, inclusive por até já ter sido adotado, ainda que de maneira pontual e em alguns casos específicos, de acordo com as circunstâncias que facultavam aos funcionários a prestação de serviços fora de suas instalações operacionais. Ou seja, tratavam-se de situações onde o colaborador já prestava serviços de maneira remota, podendo estar em qualquer outra instalação ou endereço da própria companhia, caso muito comum nos serviços de auditoria interna, gestão da qualidade, etc., e até mesmo em locais que não fossem as dependências da companhia.
O uso ressente e massificado deste modelo de trabalho implicou, a princípio, em um considerável aumento na qualidade de vida dos colaboradores, que deixaram de gastar muitas horas com deslocamento, viagens e principalmente dentro dos grandes centros urbanos, possibilitando também que as companhias reduzissem seus custo com insumos essenciais uma vez que não existiam mais necessidades de grandes deslocamentos nem de espações físicos para a realização das atividades, grande escritórios, muitas salas de reuniões, auditórios, etc.
Todavia, como de certa forma já era de se esperar, a imposição repentina desta nova rotina também gerou algumas dificuldades operacionais iniciais que gradativamente foram sendo equacionadas, desde uma simples aquisição de equipamentos domésticos para o teletrabalho, como mesas, cadeias, computadores, etc., até outros de maior importância como telefones celulares corporativos, assinaturas de internet, aplicativos para reuniões remotas, entre outros.
No que se refere aos trabalhos na área de governança corporativa, onde atualmente exerço minhas atividades profissionais, na medida em que esta área da companhia de saneamento onde trabalho definiu as primeiras rotinas e agendas de trabalho passamos a atuar com a mesma eficiência e eficácias anteriores, principalmente naquilo que consideramos como primordial que são as questões relacionadas à operacionalização de nosso Programa de Integridade e às medidas preventivas a casos de fraude e corrupção.
Igualmente importante é que também ganharam destaque durante este período de muitos meses em teletrabalho o aumento da quantidade de novos processos operacionais implementados, principalmente aqueles relacionados à prevenção de desvios de conduta e cumprimento do código de ética e/ou eventuais irregularidades que pudessem vir a prejudicar a imagem e a credibilidade da companhia por meio de atitudes passíveis de responsabilização.
Além de um espaço físico doméstico, a realização do teletrabalho passou a depender de serviços de apoio e de manutenção aos computadores, laptops, celulares e outros aparelhos utilizados pelas equipes que aumentaram sua conectividade à internet, parecendo desnecessário destacar a absoluta necessidade de integração das atividades executadas em home office com as de tecnologia da informação (TI) da companhia. Esta aproximação entre as diversas áreas funcionais vem permitindo que se evitem situações de interrupção do teletrabalho, bem como o atendimento das necessidades estatutárias da companhia em tempo adequado.
Merece destaque especial também a importante e atual preocupação relacionada às questões de segurança da informação. Trata-se de um tema expressivamente relevante, mormente em tempos de implementação da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, onde a interação e a comunicação entre profissionais de trabalho da mesma companhia de saneamento têm sido realizadas somente pela internet havendo, desta forma, a habitual necessidade de troca e compartilhamento de informações.
Finalmente para destacar que, face a continuidade ainda por algum tempo das rotinas de teletrabalho e para que nossas companhias de saneamento possam manter um sistema confiável de suas atividades operacionais é fundamental a conscientização por parte de todos os seus colaboradores para a utilização correta dos equipamentos e canais de comunicação corporativos pois, na atual circunstância, são os únicos que podem ser utilizados para a execução de nossas tarefas técnicas do dia a dia, oferecendo à companhia novos processos com cada vez mais novas fontes de dados digitais e com base em um ambiente muito mais de teletrabalho do que nunca.